|meu ALENTEJO amado|

Cheiro forte
Cor quente
A grandeza de um povo
Com alma sempre presente!
Do sinal da verdade
Surge a tua cor.
A miseria tem-na os coitados
Que nao sentem o teu calor
Oh meu Alentejo amargurado
Meu Alentejo esquecido
A lagrima e teu fado ...
A saudade e por tudo o que por ti ja foi vivido!
Oh meu Alentejo amado
Meu Alentejo perdido
O teu rosto esta cansado ...
O teu coracao esta ferido!
O rasto de oiro no olhar
Sabe ao que se sente
Ao orgulho de ao falar
Saber que surgi do teu ventre
A minha promessa hei-de cumprir
Meu Alentejo vencedor
Nasci de ti ... jamais vou partir
Tal como tu ... tambem sou sonhador!

escrito a 13 de outubro de 2006. Um dia em que voltei para Setúbal depois de um fim de semana bem passado no cantinho da minha casa no meio da planicie. Saudade sempre presente...saudade do meu povo, da minha alma, das minhas origens...saudade das gargalhadas ao entardecer no quintal da minha avó a comer figos da figueira que me dava sombra...saudades das tardes na ribeira a comportarmo-nos como adolescentes revoltados a quebrar regras e fazer coisas de gente grande...saudades do terraço da padaria onde o pão quente nos queima as mãos quando lhe colocamos a manteiga ao mesmo tempo que vislumbramos a calmaria das cinco da madrugada espelhada numa lua de arrepiar...saudades do cafezinho depois de almoçar a ler o jornal que nos ditam as noticias da cidade grande...saudades de olhar as terrinhas circundantes pelos arcos de arquitectura antiga da igreja lá de cima...saudades das visitas à avó no domingo à tarde...saudades da gente pura que me criou e me fez o que eu hoje sou...saudades de olhar o braço de água do rio... O horizonte vislumbra-se na cidade...naquela utopia mágica que faz os citadinos viver. Pseudo-urbanos e urbanos, habituados à evolução. Disfrutam de regalias de horários apressados pela tecnologia. se o trem não chega a horas entra tudo em confusão. não os felicito. faço-lhes inveja. não tenho mar para sobreolhar o infinito. eu brinquei em campo aberto...a minha bicicleta voou. o vento cortou-me o rosto alegre por entre meio de flores e pasto. a liberdade pura de quem não cresceu na urbe evoluida...a humanidade do primeiro mundo a dar cara sem vergonha daquilo que o ser humano tem de melhor. Com humildade dedico este post ao alentejo que me viu crescer!

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