daqui de onde vos escrevo

é um outro lugar este de onde vos escrevo. e hoje escrevo para vocês (e juro que continuo sem saber quem são). è racatado e silencioso. tem luz e livros. parece-me bem. tem também uma janela à altura do chão que me impede de respirar cá dentro. tapa-me o céu e quebra-me as asas. dá aquela sensação na barriga que o mundo é só aquilo que conseguimos ver por entre os vidros. tudo o resto está tapado por paredes e lâmpadas modernas, por pedras brancas e madeiras claras. volto à criança que fui cá dentro, e sem querer, avalio-o o meu redor por aquilo que vejo. aqui dentro, lugar de recantos desenhados para a meditação e inspiração, sinto-me presa e sufocada. não sinto nada...apenas vejo...apenas penso. está frio também. o ar condicionado não aquece a melodia que se ouve baixinho para não incomodar os leitores. nem essa faz sentido. no fundo ninguém gosta dela mas é propícia para o ambiente. pedi à senhora para a mudar. levou aquilo como um insulto e disse-me que apenas servia para cortar o silêncio e que não há musica que agrade a todos. Há podem crer. mas isso nem é importante. "cortar o silêncio"? tÊm medo dele...porque ele faz mais barulho que qualquer confusão. Ele é a voz da consciência e da realidade...às vezes mesmo a voz da cosnciência da realidade. E música baixinha atenua esses pensamentos vãos de que todos têm medo. entra-se na música (ou não) e foge-se mais depressa. e porque não o barulho? se um livro for muito bom cativa o suficiente para fugires da tábua giratória que envolve esse momento.
porquê o meio termo?
porquê o talvez?
porquê o meio daquilo que não é nada?
porque fogem as pessoas?
do que fogem as pessoas?
falar alto importuna. falar baixo incomoda. em cada sítio um ambiente-tipo que atrai um grupo de pessoas. divisão. palavra chave para esta realidade contemporânea. já ninguém é aquilo que simplesmente é. porquê?

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