vou olhar para ti
admirar o teu pé
espantar-me com o teu sorriso
fixar os teus olhos
agarrar a tua mão
prender-me nos teus cabelos
descobrir tudo o que preciso
vou olhar para ti
reparar no teu andar
imitar-te a beber café
cativar a tua companhia
viciar-te no meu ritual
de ouvir contigo a sinfonia
que fala da tal da fé
vou olhar para ti
imitar-te a escrever
com o ar mansinho com que olhas o céu
picar-te a pele com alfinetes de cetim
obrigar-te a encostares-me à parede
(tratares-me como a tua querubim)
e de uma vez por todas a levantares o véu
vou olhar para ti
matar-te com um beijo
a fatalidade dos mortais como eu
afugentar a imagem doce e sã
fundir-me na tua alma
guardá-la como meu talismã
arrastar para mim tudo o que é teu!
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