são cores de brincadeira as cores da mesa de onde vos escrevo. cores de legos. fazem flores coloridas como a daquelas cadeiras pequeninas que se vendem pelas ruas da minha Évora. artesanato lhe chamam. chamo-lhe memórias infantis. a chávena é azul. está na medida certa. nem muito claro como o azul bebé...nem muito escuro. é uma tonalidade medida que me pertence. há açucar para o chá. daquele que sempre gostei. e depois há mais tudo que não sei, neste café. lá fora encantei-me há pouco.eram três e tinham três anos (foi esta a conta que alguém fez, não foi?) e corriam ainda meio atrapalhados mas corriam e corriam e corriam...brincaram e riram e ainda há pouco não se conheciam. deram logo as mãos.
sol. frio. três baloiços...como o três...perfeito. nada no mundo mais puro que aquela paisagem meu Deus. e eu? eu aqui...esquecida daquilo que também vivi. daquela mão dada e...agora aqui bafejando o pecado. a minha cabeça já roda. é já outra dimensão aquela onde estou e tudo me parece tão exagerado. o que vejo, o que sinto, o que faço...tão forte...tão exigente...tão dissimulador. viajo agora. é um caminho sempre diferente e em cada um me vicio mais. quem fui...e quem sou agora...eu também tive baloiços e mãos dadas. agora o meu baloiço é outro. é mais enaltecido que o trono de qualquer um rei. é usado e reusado e nunca é lavado. cai no vicio de baloiçar a chorar pela minha música que me embalara outrora. estou a ficar cada vez mais escura. o azul com tonalidade medida é a fronteira que assinala a contagem decrescente para a luta contra a solidão. só agora entendi a minha avó. as chávenas lavam-se com água bem fria para não aclararem. a saudade magoa e desfaz o que foi real.
escolheste o caminho errado. o caminho escolhido por qualquer um igual a ti. brinco à noite e abandonei o dia, fecho-me no espacinho curto de "convívio" onde nunca ninguém se conhece e não lhes falo ao invés de brincar ao sol e com quem nunca vi, troquei o carrinho conduzido pela minha mãe pelo carro conduzido por mim. usei do poder e instaurei o veredicto: trocar-me a mim por ti, que será sempre melhor que fugir de mim.
sol. frio. três baloiços...como o três...perfeito. nada no mundo mais puro que aquela paisagem meu Deus. e eu? eu aqui...esquecida daquilo que também vivi. daquela mão dada e...agora aqui bafejando o pecado. a minha cabeça já roda. é já outra dimensão aquela onde estou e tudo me parece tão exagerado. o que vejo, o que sinto, o que faço...tão forte...tão exigente...tão dissimulador. viajo agora. é um caminho sempre diferente e em cada um me vicio mais. quem fui...e quem sou agora...eu também tive baloiços e mãos dadas. agora o meu baloiço é outro. é mais enaltecido que o trono de qualquer um rei. é usado e reusado e nunca é lavado. cai no vicio de baloiçar a chorar pela minha música que me embalara outrora. estou a ficar cada vez mais escura. o azul com tonalidade medida é a fronteira que assinala a contagem decrescente para a luta contra a solidão. só agora entendi a minha avó. as chávenas lavam-se com água bem fria para não aclararem. a saudade magoa e desfaz o que foi real.
escolheste o caminho errado. o caminho escolhido por qualquer um igual a ti. brinco à noite e abandonei o dia, fecho-me no espacinho curto de "convívio" onde nunca ninguém se conhece e não lhes falo ao invés de brincar ao sol e com quem nunca vi, troquei o carrinho conduzido pela minha mãe pelo carro conduzido por mim. usei do poder e instaurei o veredicto: trocar-me a mim por ti, que será sempre melhor que fugir de mim.
Mercado Puro
16:50h
chá vermelho
bolo de chocolate
um papel, uma caneta
e muitas saudades de mim
1 comentário:
não quero ser convencida nem abusar do nosso pequeno e intenso aninho de historias em comum... mas acho que por mais trocas e fugas que faças de ti propria eu consigo smpre ver te... a ti.. em cada gesto que fazes. nós guardamos smpr o que de mais precioso temos, por vezes ate mesmo a nos proprios... mas ha sempre quem consiga ver.*
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