Sedendo manselinha, d'aquen onde pensar é triste
Agradeço-vos, amigo, os olhos com que me viste
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

Sedendo manselinha, já sem ser triste o pensar
Ouvi-vos, amigo, com doces palavras que tiveste para me cantar
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

Permita-me a verdade, que não se faz a uma donzela
Roubar-lhe a atenção sem saber que mundo é o dela
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

Permita-me a ousadia, que não se faz a uma senhorita
Roubar-lhe o coração e não lhe haver dito mais nada todo o dia.
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

Será então a lua, a testemunha de tais pecados
Se meu amigo quiser ser o meu amado.
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

Será então Mestre de Avis, cúmplice de tal alegria,
Se meu amado quiser passar comigo o final deste dia.
Ides vós querer reveer
A quen quer o vosso ben?

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