Será a vida um jogo?

Às vezes olho em volta e a minha imatura, mas muitio curiosa, mente, fluí em ideias indisciplinadas e verdadeiramente surreais, mergulhando a uma profundidade ilícita na perspectiva que o meu eu se solta do meu ser, a fim deste modo, o poder compreender. Quantas vezes fico inerte frente ao espelho buscando algo mais, algo que me explique quem sou, o que faço aqui, ali, ou num lugar que, de igual forma, não sei explicar...e até que ponto estou acompanhada! Fico perplexa com o ser que nele me olha fixamente.
estou viva! Quer dizer, devo estar! Vou para a escola, falo com pessoas, alimento-me, durmo, acordo no outro dia, sinto, penso...De repente tudo parece vazio e sem sentido. O tempo corre. Os aniversários vêm e vão e eu interrogo-me para onde foram os anos. Onde ficaram? Onde estão? E onde me encaixo no meio disto tudo? estou a andar tão depressa para lado nenhum...o Universso é tão vasto; o espaço sem fim é tão assustador! O que acontece no dia-a-dia faz-me pensar; as inconstâncias da vida, os seus perigos, as consequências desastrosas fazem com que uma interrogação se destaque no meio de tantas outras: e depois da morte?
às vezes tento abstrair-me disto tudo, tento subir a uma escadinha que me leva a um mundo cor-de-rosa, onde nada de mau existe. Varro pensamentos vagos e volto ao carrocel da vida, da rotina, da monotonia, da futilidade, aquele que por mais que ande não nos leva a lado enhum. Mas todo o tempo, secertamente, sob a superfície, permaneceu a dor, o medo, a angustia, a incerteza...É, então, que percebo que, talvez, sejam estas as questões que me fazem avançar para mais além, um caminho escuro, que não espero saída, mas novas descobertas.
quando era pequenina levavam-me à igreja e explicavem-me que deus era o criador do universo, era a Ele que devia agradecer o ar que respirava e as batidas do meu coração...e que a morte, não era mais que um passaporte para o céu...uma viagem gratuita para um lugar melhor proporcionada pelo mesmo ser que me havia criado...com o tempo, a tão clara explicação da realidade através do omnisciente e omnipotente foi-se tornando implexa...escura! é estranho pensar que, nós, seres humanos, somos apenas marionetas de um futuro traçado sem liberdade de acção, sem liberdade de vida; e mais estranho é, ter a noção do absurdo da morte...porque este aniquila todas as minhas possibilidades de liberdade eterna, dá-me e exalta, pelo contrário, a minha liberdade de acção. esta privação de esperanças e de futuro significa um aumento da disponibilidade do Homem. antes de encontrar o absurdo, o homem vive com finalidades, com uma preocupação de futuro ou justificação. Ela avalia as suas possibilidades, conta com o mais tarde, o mais além, com a sua reforma, com um futuro para os seus filhos. Na verdade, age como se fosse livre, mesmo que todos os factos se encarreguem de contradizer tal liberdade e...depois do absurdo, tudo fica abalado; um fim de uma inacabada história de marionetas de liberdade condicionada?? nâo creio. é certo que, tudo tem um principio e tem um fim, mas o ser humano é dotado de uma dualidade singular. por um lado, o corpo físico, aquele que aloja o coração, o cérebro, aquele que permite a captaçãio da realidade exterior...por um outro...o espírito...a alma que cada um tem alojado no seu próprio corpo. Cada ser é único, não há duas pessoas iguais. O DNA até se pode repetir, mas a alma não. A alma e o ser não têm definição, definindo-se um com o outro. Existem. Todas as definições lhe vão dar origem, temos consciência da sua existência...mas...não lhes encontro definição. E por falar em consciência...também ela faz parte do meu ser e da minh alma. que raio...que complicação! Creio ter nascido selvagem, "em bruto" O nascimento é a tomada do corpo pela alma, que se apresenta em bruto, sem consciência, sem razões ou definições. A percepção do mundo através o corpo e pelos dados que este capta desenvolvem-na, moldam-na, transformam-na em personalidade, em gostos, em opções, sentimentos, sonhos...em capacidade de pensar e construir raciocinios! Mas...será? A ideia que toda a nossa vida já está delineada ao nascermos é ridicula. Nós, seres humanos, somos livres, livres em pensamento, livres em acções. livres em decisões, livres...
Quanto a mim parte de cada um de nós e da forma como nós conseguimos sobreviver e assimilar tudo o que até nós chega. Deus é, sem dúvida, a personificação do bem na Terra, o bem que todo o ser humano necessita para encontrar a paz interior desejada, a paz que anseia, a paz que alivia a culpa de uma decisão menos boa, a esperança para todos os nossos sonhos, a mão que nos ajuda quando a necessidade aperta...mas...se o bem existe, decerto que o mal também! Então, etaremos nós "debaixo de fogo" de uma eterna luta entre o bem e o mal? ou estaremos nós sozinhos? Por vezes ico a pensar se não existirá um mundo paralelo àquele que os nossos sentido conseguem captar...o ser que no espelho se apresenta, em completo oposto comigo, faz-me sentir isso mesmo, um mundo diferente onde tudo é oposto, onde, talvez, o mal seja representado por deus e o Diabo a personificação do bem.
Com o tempo fui adquirindo percepções e criando concepções do mundo em que vivo e as quais me fazem supor que o ser humano nasce virgem, sem natureza inata, longe do domínio de um ser sobrenatural, sem um destino traçado...o ser humano não passa, a meu ver, de uma invenção do próprio ser humano...é a Natureza que nos cria...deus é apenas outra invenção...



Tenho consciência que ninguém terá paciência para ler este extenso texto. Ousei escrev^-lo. Muito do que digo não faz sentido...não é por falta de clareza...é apenas porque para mim muitasc destas coisas ainda não fazem sentido! será que algum dia farão? Não sei mas interrogo-me todos os dias! estas foram as conclusões que tirei hoje...amanhã quem sabe se não pensarei exactamente o contrário! Agradeço a quem tiver coragem de ler e comentar!

2 comentários:

Anónimo disse...

thanks plo coment Hugo

Perguntas bem...porque raio tem que o Homem perceber tudo! acho que no fundo faz parte da nossa Natureza. É a pergunta a resposta da pergunta anterior que nos faz ir mais além, crescer, aprender...a perfeição é talvez uma utopia...mas o Homem sonha com ela e precisa de todas essas respostas para continuar o seu caminho. Eu preciso, mesmo certa que nunca a irei atingir.

Beijinhos pa ti
boas vibes*paz

Anónimo disse...

Ahahahah..lemos demasiado Nietzsche cara amiga. Por isso quase que corroboro na totalidade o teu texto e, acima de tudo, a tua conclusão. Apenas duas observações:
- a rotina que apelidas de fútil e monótona é o que nos mantém longe da loucura.
- o Homem não é totalmente livre, mal se fosse. Não pode é ser prisioneiro de si próprio.

Bjo**